O agronegócio brasileiro é uma força mundial, mas também um setor altamente exposto às incertezas econômicas, pois como expõe o empresário Aldo Vendramin, variações cambiais, mudanças climáticas e instabilidade política podem transformar rapidamente o lucro de uma safra em prejuízo. O segredo para manter a rentabilidade está na gestão financeira estratégica, que une conhecimento, tecnologia e planejamento.
Em um mercado cada vez mais globalizado, o produtor rural precisa agir como gestor: diversificar, controlar custos e prever cenários antes que os riscos se tornem crises. Neste artigo você encontrará dicas para tornar a sua gestão de campo uma gestão cuidadosa e de sucesso!
O desafio da instabilidade no campo
As oscilações no preço das commodities agrícolas são um reflexo da economia mundial. Uma safra recorde na América do Norte, a valorização do dólar ou até um conflito internacional podem alterar o valor da soja, do milho ou da carne em questão de dias.
Conforme alude o senhor Aldo Vendramin, o produtor que depende de um único produto ou mercado fica mais vulnerável. É preciso pensar a fazenda como uma empresa, com estratégias de proteção e múltiplas fontes de receita. Essa mentalidade empresarial é o primeiro passo para garantir resiliência diante da volatilidade global.

Mas é importante destacar que não adianta atirar para todos os lados sem estratégia e organização, deixando de avaliar o que já se tem em mãos. Contar com profissionais técnicos e consultorias especializadas pode ajudar a identificar as reais necessidades do mercado e a se antecipar na hora de investir no seu negócio.
Diversificação: o primeiro escudo financeiro
A diversificação é uma das ferramentas mais eficazes para reduzir riscos, ela pode acontecer de várias formas: pela combinação de culturas, pela integração entre lavoura e pecuária, ou até pela adoção de sistemas agroflorestais. Esses modelos equilibram a produção, reduzem dependências e mantêm a receita estável mesmo quando uma atividade enfrenta dificuldades.
O produtor que diversifica planta segurança e colhe estabilidade, destaca Aldo Vendramin, além de que, propriedades com múltiplas frentes produtivas tendem a otimizar melhor o uso do solo, da água e dos insumos, ampliando a sustentabilidade financeira e ambiental, fazendo já o trabalho com as certificações, sustentabilidade e pegada de carbono.
Cooperativismo e inteligência coletiva
Outra forma de se proteger das oscilações do mercado é por meio do cooperativismo. As cooperativas agrícolas têm se mostrado fundamentais para pequenos e médios produtores, oferecendo melhores condições de compra, armazenamento e comercialização, explica o empresário Aldo Vendramin.
Ao unir forças, os produtores ganham poder de negociação e acesso a informações estratégicas sobre o mercado. Além disso, podem compartilhar custos de transporte, tecnologia e crédito rural, fazendo o cooperativismo uma prova de que a união também é uma forma de inovação. Ao agir coletivamente, o produtor rural transforma vulnerabilidade em força e passa a competir em um novo patamar.
Gestão de custos e controle de despesas
Nenhuma estratégia financeira é eficaz sem controle de custos e planejamento orçamentário. O produtor precisa conhecer exatamente quanto gasta para produzir e quanto precisa lucrar para manter o negócio sustentável.
Ferramentas de Business Intelligence (BI) e softwares de gestão rural permitem acompanhar despesas com precisão, cruzar dados de produtividade e identificar pontos de desperdício. Essas tecnologias trazem clareza e ajudam o gestor a tomar decisões com base em dados concretos, não em estimativas. Como ressalta Aldo Vendramin, no campo moderno, cada real tem um papel estratégico, e cada decisão financeira precisa ser medida e analisada.
Proteção cambial e planejamento de venda
Outra frente importante é o uso de instrumentos financeiros de proteção, como o hedge. Através de contratos futuros, o produtor pode travar o preço de venda da sua produção, reduzindo o impacto de variações abruptas do câmbio ou do mercado internacional. Junto disso, ao planejar o momento certo da comercialização gera toda a diferença. Vender parte da safra antecipadamente e guardar o restante para aproveitar melhores preços é uma prática que exige análise, mas pode garantir ganhos significativos.
Aldo Vendramin evidencia que essa postura proativa é o que diferencia o produtor reativo do estrategista, dado que quem entende o comportamento do mercado transforma a incerteza em oportunidade.
Sustentabilidade financeira e ambiental
Hoje, sustentabilidade e finanças caminham juntas, e investir em práticas sustentáveis, como o uso de bioinsumos, energia renovável e sistemas de rastreabilidade, não é apenas uma decisão ética, é uma vantagem competitiva. O produtor que adota padrões ambientais e sociais sólidos tem mais acesso a linhas de crédito verdes, atrai investidores e garante melhores condições em mercados internacionais.
Como considera o senhor Aldo Vendramin, o futuro financeiro do agro está ligado à sustentabilidade, e quanto mais limpo o processo, mais valorizado será o produto. As oscilações do mercado global fazem parte da realidade do agronegócio, mas o impacto delas depende de como o produtor se prepara. Com gestão, diversificação e inovação, é possível transformar incertezas em estratégia.
O produtor que planeja o amanhã colhe estabilidade hoje, por isso a gestão financeira inteligente é, portanto, o alicerce do agro moderno, um campo onde lucro e responsabilidade crescem lado a lado.
Autor: Igor Blinov

