O Impacto do Uso Excessivo de Smartphones na Saúde Mental Infantil

Marcos Adanza
By Marcos Adanza
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Um estudo recente publicado na revista JAMA Network Open revela que o uso excessivo de smartphones pelos pais pode afetar negativamente a saúde mental de seus filhos. Crianças entre 9 e 11 anos, cujos pais passam muito tempo nos celulares, apresentam maior propensão a desenvolver ansiedade e problemas de atenção e hiperatividade.

A pesquisa destaca que a “tecnoferência”, termo que descreve a interferência da tecnologia nas interações familiares, pode resultar em menos atenção e interação entre pais e filhos. Isso não só diminui o tempo de qualidade juntos, mas também aumenta o risco de lesões infantis e conflitos familiares.

Os dados mostram que os pais gastam, em média, mais de cinco horas diárias em seus smartphones, com 27% desse tempo ocorrendo durante interações com seus filhos. Além disso, 68% dos pais admitem se distrair frequentemente com seus dispositivos enquanto estão com as crianças.

A equipe de pesquisa, liderada por Sheri Madigan da Universidade de Calgary, analisou dados de mais de mil crianças canadenses. As crianças foram questionadas sobre suas percepções em relação ao tempo que seus pais passam nos dispositivos e foram avaliadas quanto a sintomas de ansiedade, depressão e hiperatividade.

Os resultados indicam que a percepção de tecnoferência está associada a níveis mais altos de ansiedade e desatenção nas crianças. A pesquisa sugere que a fase dos 9 aos 11 anos é crítica para o desenvolvimento cerebral, tornando as crianças mais vulneráveis a problemas de saúde mental.

Embora o estudo não determine se a ansiedade infantil leva os pais a usarem mais seus smartphones ou vice-versa, ele destaca a complexidade da relação entre o uso de tecnologia pelos pais e a saúde mental dos filhos. A pesquisa sugere que pais de crianças ansiosas podem recorrer aos smartphones como uma forma de escape, enquanto o uso excessivo pode fomentar desatenção e hiperatividade nos jovens.

Em suma, o estudo sublinha a importância de equilibrar o uso de tecnologia com interações familiares de qualidade, para promover um ambiente saudável para o desenvolvimento infantil.

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