O especialista Rodrigo Balassiano evidencia que, no universo financeiro, onde grandes fundos com bilhões sob gestão dominam o cenário, fundos menores enfrentam o desafio constante de se destacar e atrair investidores. Aparentemente em desvantagem por não contarem com a mesma escala ou visibilidade, esses fundos precisam adotar estratégias inteligentes e altamente eficientes para se manterem competitivos.
Como a administração eficiente pode virar o jogo?
A eficiência na administração de um fundo menor começa com a alocação estratégica de recursos e uma estrutura operacional enxuta. Diferentemente dos grandes fundos, que muitas vezes carregam uma burocracia interna complexa, os fundos menores podem se beneficiar de maior agilidade nas decisões e personalização na gestão. Essa flexibilidade permite respostas mais rápidas às mudanças de mercado e maior proximidade com os cotistas, criando uma relação de confiança e transparência.
Ademais, uma gestão eficiente se reflete na capacidade de reduzir custos operacionais sem comprometer a performance. Rodrigo Balassiano frisa que o uso de tecnologia para automação de processos, análise de dados e gestão de riscos é um diferencial cada vez mais acessível, mesmo para fundos de pequeno porte. Quando bem aplicado, esse investimento em eficiência pode melhorar significativamente a rentabilidade líquida do fundo, tornando-o mais atrativo para investidores atentos ao custo-benefício.
A custódia segura é um diferencial competitivo?
Sim, e talvez mais do que nunca. Em um mercado onde a segurança da informação e dos ativos é uma exigência crescente dos investidores, oferecer uma estrutura de custódia sólida e confiável é fundamental. Fundos menores que escolhem com critério seus parceiros de custódia e mantêm padrões rigorosos de governança conseguem transmitir maior credibilidade ao mercado, algo essencial para atrair e reter cotistas.

Além da segurança operacional, a transparência na custódia também contribui para a construção de uma imagem profissional e confiável. Rodrigo Balassiano explica que relatórios acessíveis, auditorias regulares e comunicação clara sobre a movimentação dos ativos ajudam a mitigar a percepção de risco associada a fundos menos conhecidos. Dessa forma, mesmo sem a reputação consolidada dos grandes fundos, os menores podem demonstrar segurança e competência com base na sua estrutura de controle.
FIDCs são uma boa ferramenta para alavancar resultados?
Os FIDCs representam uma excelente alternativa de investimento e diversificação para fundos menores que buscam retorno diferenciado. Por permitirem o investimento em direitos creditórios – como duplicatas, recebíveis e contratos de financiamento – eles oferecem oportunidades menos correlacionadas com o mercado tradicional. Isso pode resultar em uma performance mais estável, especialmente em momentos de volatilidade nas bolsas de valores.
Rodrigo Balassiano também destaca que os FIDCs oferecem flexibilidade na composição de carteiras, permitindo que o gestor atue de maneira mais estratégica e aproveite nichos específicos da economia. Com uma análise de crédito rigorosa e boa seleção de ativos, é possível construir um portfólio sólido e rentável. Para os fundos menores, que precisam se destacar pela especialização e pelo foco, essa é uma oportunidade valiosa de diferenciação frente à concorrência massificada dos grandes fundos.
Inteligência é a maior vantagem competitiva
Diante das limitações naturais de escala e visibilidade, os fundos menores precisam apostar na inteligência de gestão como sua principal arma competitiva. Administração eficiente, custódia segura e uso estratégico de veículos como os FIDCs não são apenas ferramentas auxiliares, mas elementos centrais de uma estratégia vencedora. Ao adotarem práticas profissionais, transparentes e voltadas para resultados consistentes, esses fundos mostram que tamanho não é o único determinante de sucesso no mercado financeiro.
Autor: Igor Blinov